domingo, 14 de abril de 2013

Rabiscos.

Nos devaneios repentinos
Nas estrelas que reinam o céu
O inocente pensar de uma criança
Traça rabiscos no papel

Um círculo amarelo
Sol que aquece nossas vidas
Repleto de puro amor
Preenche os espaços de tamanha bondade contida

Alguns círculos brancos
Nuvens que encobrem nossas decisões
A certeza exige luz
Pra iluminar o caminho em meio a tantas contradições

Linhas verticais contínuas
Pingos da chuva que escorrem em nossos rostos
Há consigo frescores e arrepios
Que buscam todos sonhos depostos

Linhas horizontais contínuas
Vento da tentação incessante
Traz e leva folhas de outras estações
Nos empurra pro lado errado, não obstante

Na base uma grande linha horizontal
É o chão que nos sustenta
Só não caiamos ou tropeçamos
Nessa longa estrada que maltrata e acalenta

Traduzir nossa vida?
Não é tarefa árdua
Sentidos nascem no fundo do peito
E revelam a nós mesmos uma triste mágoa

Mágoa pelo mundo hoje
Que já foi muito melhor
Sabendo que parece em vão
Cada pingo de suor

Os braços nada seguram
As pernas nada sustentam
Verdades que nunca mudam
Batalhas que nunca enfrentam

O futuro já vem vindo
E o tempo anunciando
Morreu-se o que era lindo
E acabou não ressuscitando


Samuel Garcia
Piratini, 14/04/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário