Entrevista

       Algumas perguntas dos amigos Maikele Farias, Bruna Farias e Leonardo Oliveira sobre minha trajetória até aqui e o que penso pro futuro: 

Maikele - Por que decidiu começar a escrever?
Samuel - Tudo começou quando uma amiga (Te desafio a adivinhar quem é... *risos) me sugeriu escrever pra desabafar o que eu sentia. Na época, eu tinha 16 anos e vinha passando por um conturbado momento sentimental (bem coisa de adolescente mesmo). Então, um dia na escola, essa minha amiga, já muito cansada de ouvir minhas lamentações (*risos), me deu a ideia de escrever, alegando que eu me sentiria melhor se "despejasse" tudo em textos (provavelmente porque eles não tem o problema da paciência *risos).
        Há uns meses antes disso, eu, colorado (quase fanático), tinha composto um breve poema celebrando os 103 anos do meu clube. Gostei do poema mas ficou por isso mesmo, admirava muito os poetas e suas obras que eu via nos livros ou nas aulas de literatura, mas poesia não era minha praia (quem diria, né? *risos).
        Uma tarde, afogado em tédio, sentado em frente ao computador, sem nada pra pesquisar, jogar e fazer, lembro da sugestão de minha amiga que eu deveria escrever e tudo mais. Como já tinha uma ainda que pouca experiência em versos, em virtude do meu pequeno poema de meses atrás, decidi que iria compor uma poesia. "Não custa tentar" pensei comigo, abri o Word e após um bom tempo ali procurando as palavras certas, nasceu a minha primeira poesia que teve por título "Meu Universo Perfeito". Não foi um desabafo sobre a minha situação porque seus versos eram felizes e esperançosos, um contraste total, mas seja o que tenha sido, agradou a mim e até a meus familiares após a sua publicação. Em vista do sucesso dessa poesia, segui compondo mais até que a arte dos versos acabou por me conquistar.  

Maikele - Pra onde acha que a escrita pode te levar?
Samuel - Sabe que não sei ao certo (*risos). Na verdade, tenho esse "sonho quase platônico" de quem sabe trabalhar em algo relacionado à arte de escrever. Eu gosto e me sinto bem escrevendo e um trabalho onde fazemos o que gostamos é tudo de bom, não acham?
           Não tenho palavras pra descrever a sensação que me toma após compor versos e estrofes em um dia de inspiração, é como se naquele momento eu estivesse em outro mundo, onde o mal não existe, onde a esperança nunca falha, onde o amor é visível no brilho dos olhos do estranho que nos cumprimenta com um "bom dia!" pela manhã. Hoje eu sei que escrever poesia é algo que eu quero pro resto da minha vida e olhem que o "pra sempre" me assusta (*risos). Pode parecer exagero mas eu me descobri quando comecei a me considerar um poeta. Meus gostos sempre foram superficiais e ilusórios, até que me deparei com esse, tão profundo, belo e verdadeiro, além de mostrar valores em mim que eu próprio desconhecia. Não sei de nenhum gosto capaz de uma façanha assim (*risos). Aprendi muito com a poesia e ainda continuo aprendendo.

Bruna - Quais escritores mais te inspiram?
Samuel - Em março daquele ano de 2012, participei de um encontro de jovens da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, aqui da cidade. Vieram jovens de outras cidades da região pra esse encontro e entre eles, um cara muito alegre e extrovertido chamado Nepo Alves. O encontro começou de manhã e se estendeu até a tarde, mas não cheguei a conversar com o Nepo, fomos divididos em grupos e estávamos em grupos diferentes.
            Quando iniciei a escrever, publicava minhas poesias no blog de um amigo. Um blog muito popular e que continha várias publicações dele e de mais outros amigos que tínhamos em comum. Era muito material de qualidade, entre: textos, análises de livros, poemas e até desenhos. Enfim, um blog dedicado às artes.
             Após as minhas duas ou três primeiras obras serem publicadas nesse blog, o Nepo que tivera contato com meu amigo (também presente naquele encontro) e frequentador do blog, leu minhas poesias e pareceu admirado. Logo, entrou em contato comigo e começamos a conversar virtualmente. Foi então que descobri que o cara era poeta! Ele tinha um blog pessoal e o que eu lia lá, me deixava pasmo (*risos). Poesias incríveis que me faziam pensar como alguém poderia ter composto aquilo e o quanto de inspiração poderia caber na mente dele.
             Ele me encorajou a seguir escrevendo, me fez perceber o quanto é gracioso compor uma história em versos. Já por ser um poeta, me deu às boas-vindas ao mundo dele, que agora, também é meu. Aliás, por indicação dele, li três livros que, de acordo com ele, poderiam aperfeiçoar minhas composições: "Noite na Taverna" e "Lira dos Vinte Anos", ambos de Álvares de Azevedo, e "Espumas Flutuantes" de Castro Alves, todos fantásticos. Apesar dos livros de Azevedo conterem temáticas fortes e tristes, fiquei fascinado com seus versos e pude ver claramente de onde meu amigo poeta se inspirava. Esses três autores (meu amigo poeta incluso) são aqueles que me inspiraram ao longo desses quase quatro anos.
             Também cito um músico brasileiro por quem tenho muita admiração. Leoni (ex-Kid Abelha) canta suas poesias e o casamento de seus versos com a melodia é simplesmente genial. Suas belas composições me inspiram muito.

Bruna - Aquela que você considera a melhor obra?
Samuel - Pergunta muito difícil de responder, mas vou arriscar (*risos). Não digo que seja a melhor até porque tenho um carinho especial por cada uma, porém, tenho uma atenção diferente para "Por Trás da Chuva". Nessa poesia é que me dei conta do meu progresso como compositor, foi nela que consegui pela primeira vez traduzir em palavras exatamente o que minha inspiração ditava.

Bruna - O poema mais elogiado até hoje?
Samuel - O poema mais elogiado, diretamente pra mim, foi "Era um Final de Março...", se trata de uma homenagem aos meus colegas e à escola na qual eu trabalhava. Recebi muitas congratulações.

Leonardo - Quais são seus planos para o futuro?
Samuel - Há dois anos tive a ideia de lançar um livro assim que tivesse o que eu acreditava, material suficiente. Bom, dois anos se passaram e já tenho o material, o que significa que a qualquer momento, pode pintar um livro com minhas obras. Haverá divulgação mas deixo bem claro que não tenho absolutamente nenhum interesse financeiro, é uma realização pessoal, simplesmente uma vontade minha de ter tudo registrado da maneira que sonhei.

Leonardo - E seu livro já tem um título?
Samuel - Sim, irá se chamar "Ideais e Utopias". É um título que com duas palavras expressa o mundo de um poeta, visto aos olhos do mundo normal. Tudo o que pregamos e queremos acreditar podem não bastar de ideais e utopias pra quem é muito "realista" (*risos).

Leonardo - Você acha que no Brasil, os poetas têm o valor que merecem?
Samuel - Não posso responder com clareza pois sou jovem e minha "carreira artística" ainda é muito pequena. Mas daqui a alguns anos, respondo melhor essa pergunta (*risos).
             O que posso dizer agora é que a poesia não tem tanto espaço como teve antigamente. A cultura não esquece do passado mas ela vai se "atualizando" para acompanhar o ritmo incessante da evolução. Não digo que poetas são ignorados e esquecidos nos dias atuais, são apenas incomuns e se não se destacam muito, é porque a cultura está voltada para outras formas de arte.


Maio de 2016      

3 comentários:

  1. Amo seu trabalho amigo. Espero estar presente no lançamento de seu livro. Parabéns por seu trabalho e suas obras.

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    1. Obrigado! Eu gostaria que estivesse presente pois tu faz parte dessa história! Sempre esteve lá ao longo desses anos. Beijos e abraços!

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    2. Farei parte da organização do evento kkkkk

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