terça-feira, 18 de junho de 2013

Amores Serenos.

Amores serenos
Valentes e pequenos
Aquecidos pelo fogo
Apagados pelo nada

De onde vem o fogo que aquece?
Vem do que nunca se esqueceu
Da tempestade violenta que pragueja
Do ódio que um dia pereceu

De onde vem o nada que apaga?
Tem origem encoberta
Já escapou de sacrifícios
Dominou a façanha da descoberta

Amores serenos
Remédios e venenos
Doados pela mão que cuida
Jogados pela ousadia ousada

Dos mantos de glória viestes
Verteja águas sagradas por entre terras malditas
Traz alívio nas súplicas de compaixão
Expõe a mentira para as verdades aflitas

Olhos banhados de sedução
Criam cada fragmento do pesadelo
Guiam sempre pelos cruéis vendavais
Nas ondas selvagens é selado o elo

Amores serenos
O que evitamos e o que queremos
Entre os extremos da força protetora
Cerca o despertar irrompendo a ilusão

Poder é tal qual divindade
Rasga toda sabedoria existente
Quando os céus o desejar
Tremerá perante à chuva ardente

Errantes do amor
Beijam lábios prometidos
Nuvens de pensamentos os revelaram
Nem sempre a eternidade é aliada ao sonho vivido

Amores serenos
Todos iguais
Loiros, morenos
Doces animais

Remoendo os aconchegos distantes
Esperam em euforia com o preparo do leito
Temporário ou eterno, não se sabe
Talvez assim se faça o que jamais pode ser feito

Na união da sinceridade extraída
Se vai tudo que sobrou
Gemendo nas agonias infindas
Pelo amor que nalgum vivente pousou

Amores serenos
Tão almejados
Tudo podemos
Se forem provados

Fenômenos de estranha força
Ou acordados ou adormecidos
Uns vivos outros mortos 
Ninguém percebe quando por eles é invadido

Amores serenos
Estão em todos também a mim
Cientes disto te vivemos
Para que desconheças todo fim


Samuel Garcia
Piratini, 18/06/2013

terça-feira, 4 de junho de 2013

O Amanhã que Veio Antes.

O lado sombrio que clama por luz
Encontra a razão no bravo horizonte
Naquele sono solitário um ousado sonho fez jus
À lembrança do amanhã que precedeu o ontem
Ah! Amor meu! Não esqueças a obsessão que te desmente
Que o hoje aqui é uma verdade onipresente

Ensino a guardar estes segredos
Ensino a vencer estes medos
Lance ao infinito tuas promessas de superação
Desvie da trilha do esquecimento profundo
Soletre os princípios da compreensão
Saibas que tu és por direito a deusa do teu mundo

A aurora anunciando a chegada do novo
O vento tão imponente em meu rosto desenha carícias
Poder de curar as feridas e doenças de um povo
Natureza que nunca me deixa farto de delícias
Mulher, rainha dos amores, dê-me a mão e vamos de encontro ao destino
Que prometeu realizar meus desejos de menino

Agarro-me no teu ar amável e puro
Cerro os olhos e me sacio com tua música
Teus lábios guiam-me no escuro
Aprendo a real importância de uma súplica
Assim como o oculto que afugenta o menos e o pior
Diferencia o mais do melhor

Veja este caminho que um dia nos afastava  
Ouvi dizer que a escuridão se calou
Tempos atrás do amor a chama apagava
Presenciou por ela passarmos e nada tentou
O mal nada pôde, ora seguimos adiante
E fomos descobrir a fonte da união entre dois amantes

Quão magistral, a estação das flores
Seus aromas nos fizera relembrar aventuras
Vislumbrar na fé seus maiores esplendores
Aceitar o desigual e entender tantas loucuras
O orvalho saciou nossa sede
Dos crimes o maior foi deixar para trás aquele belo verde

Inda naquele abraço protetor
É que as portas da plenitude se abriram
Do outro lado ficamos isentos da dor
Os dedos das piores mágoas nos pouparam
Sei que ali ganhei para sempre teus olhos inseguros
Entre nós não havia muralhas sequer restos de muros 

Ao despertar o canto dos pássaros aumenta meu temor
Que era somente um amanhã que veio antes
Pelo agora sou tratado com rigor
Meu peito te procura, já bate depressa e inquietante
Mas não me peca confiança, tampouco afogo em desilusão
Acordei para perceber que esta é minha missão


Samuel Garcia
Piratini, 04/06/2013