sábado, 23 de julho de 2016

Entrega.

Quando segundos são portas
Firmes, fortes... não parecendo ceder
Sereno, fecho os olhos
E o que me vem é você

Quando um carinho é um raio de luz
Limpo, divino... não parecendo cegar
Em silêncio por dentro eu festejo
Pois me vem o seu olhar

Quando escolhas são caminhos
Alegres, íntimos... na mesma direção
A confiança contente me domina
E sinto mais perto sua mão

Quando a solidão é imensidão
Derramando versos das frestas
Estes me ajudam a temperar
O beijo destinado a sua testa

Quando a sabedoria é uma estranha
Minha boca dita sem perceber
Palavras, letras e números
Que descrevem você

Se pelo menos pudesse me orientar
Dentre essa insistência que atormenta
Por que você é meu refúgio?
O qual basta pensar que acalenta?

Uma flor, um sentimento
Eu vejo você ali
Que magia eu enfrento?
É tão difícil de inibir

Um fato, uma vida
Quase instantânea ligação
Como o peixe lembra a água
E a lágrima uma emoção

De mais concreto uma incógnita
Suplico que diga, por quê?
Até onde vai seu controle?
Será que meus passos prevê?

Sua presença em mim é constante
Já vislumbro seus dons
Suave... doce... viciante
É sua voz, anjo bom

Razões limitam a se esconder
Nesse emaranhado de pensamentos
A brisa acaricia seu cabelo
Enquanto brindo a inveja e o lamento

Vivo sinônimo do que é amável
Anjo de mistérios e certezas
Minha entrega é inegável
Já não me restam defesas


Samuel Garcia
Piratini, 23/07/2016