sábado, 16 de março de 2013

Relato de um Condenado.

As memórias que restaram
Caem de légua em légua
E onde as lágrimas ficaram? 
Em um sofrimento sem trégua?

Naquela face quis ressurgir
Um segredo proibido
E quando parecia fluir
Foi misteriosamente banido

As lágrimas correram
E a verdade não se fez
Os lábios antes rosados
Agora perecem em palidez

Culpa desse insano pecado
Permitiu que as saudades fossem arrastadas
Sobre as entranhas do mais sombrio destino
Matando então lembranças marcadas

Fome insaciável
Ferida incurável
Prestes a cair nesse abismo de ilusões
Onde serei consumido por condenações

Quero gritar mas não tenho voz
Quero escapar do destino feroz
Olhando para o alto os céus me empurram
Olhando para baixo as profundezas me sugam

Apesar de tudo, algo ainda viverá
Só não chores. Oh! Amada minha
Sei que em direção ao vazio tu caminhas
Perguntando se tudo isso acabará

Sim, eu morro, mas há tanto que fica
Se somente eu pudesse te explicar
Que em cada toque, em cada olhar
É o meu amor que em ti habita

Isso tudo tu vais descobrir?
Agora não há como te falar
A voz já não pode revelar
Só te resta sentir...


Samuel Garcia
Piratini, 16/03/2013

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