sábado, 21 de outubro de 2017

Joia da Noite.

“Esmeralda, safira ou rubi
Brincos, colares e pulseiras
Veste o que o ego exigir 
Enquanto a noite a veste por inteira”

Seu vício não cala
Suave é sua fala
É discreta mas cobiça
Sua tensão é sua justiça

Disparam as armas de mulher
Em um coração juvenil
Refém de um bem me quer
Do seu mais novo desafio

Esse prazeroso brinquedo
Tão ao acaso descoberto
Rivaliza paixão e medo
E o seu corpo é um céu semiaberto

Seu caminhar, banhado em elegância
Os quadris equilibram instinto e prudência
Leves doses de arrogância
Adoçam os portais para sua essência

Entre os dedos uma fuga
O embaço esclarece sua mente
Idolatra, detesta e julga
Sua vaidade persistente

Escorrem pelo rosto na pele macia
Gotas escuras estranhas
Oriundas de uma companhia
Testemunha de suas façanhas

Em negros tecidos sua melhor versão
A seda desliza na pele envolvente
Irrompem conflitos brutais com a tentação
Onde nenhuma vitória é iminente

Seus cabelos esvoaçam com o sopro da excitação
Convidam lábios a desbravar
Clareiras de agonia e satisfação
Além das ondas que refletem o luar

A noite egoísta a leva consigo
Abranda um poder impreciso
O sol da manhã é um castigo
E o entardecer lhe traz um sorriso

“Talento e feminilidade 
Jamais foram tão iguais...”


Samuel Garcia
Piratini, 21/10/2017

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