sexta-feira, 11 de março de 2016

Lembranças Mortas.

Parece estranho procurar esquecer
As respostas que há muito são em vão
Pois um futuro poderia conceber
A improvável e esperada solução

Memórias vivas e culpadas
Que transformam seres e espaço
Uma onda de emoções renegadas
Te faz recontar os teus passos

Longe de qualquer influência
Tenha cabeça erguida e maturidade
Se fraquejar tua resistência
Teus medos irão ignorar a realidade

Perdido onde reina a escuridão
O domínio inevitável traz a sorrateira loucura
Um pequeno espaço de repente é imensidão
E o desespero já não tem mais cura

Tudo na vida tem uma razão
Mágoas não são constantes
É vendo os detalhes com atenção
Que se percebe em um instante

Haverão tropeços e arranhões
Em sua jornada conclusiva
Porém, muitos entre bilhões
Ficam jogados à deriva

Talvez é o resultado de se julgar incapaz
De suportar o que não lhe convém
Um ressentimento e uma amargura voraz
Que machucam a si e a outro alguém

Fugir do passado era um desvio
Mas seu propósito foi incapacitar
O que parecia ser um sorriso doce e sadio
Acabou por ser uma lágrima prestes a pingar

Vai ver nada mais importa
E aqueles dias são apenas outros dias
A indiferença perante lembranças mortas
E respostas banais de perguntas frias


Samuel Garcia
Piratini, 11/03/2016

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