segunda-feira, 10 de março de 2014

Como Encontrei Minha Liberdade.

Estradas tortuosas estão à minha frente
O silêncio acompanha um tom diferente
Até as portas que levam à solidão
O rumo me toma pela mão

Tenho meu próprio mundo
Não respondo a primeiros ou segundos
Tenho meus próprios princípios
Ilusões desprovidas de vícios

Um homem sem igual
Talvez não seja natural
Sigo atrás da trégua há muito procurada
Onde minha verdadeira escolha faz sua morada

Farto estou de seguir essa direção
Tantos passos, tanto chão
E se o fim não levar a lugar nenhum
Serei dos desacreditados mais um

Por isso então questiono
É tão errado querer ser meu próprio dono?
Eu quero caminhar onde ninguém ousa pisar
Vencer desafios que ninguém ousa enfrentar

A estrada vai se tornando mais e mais confusa
À medida em que o forte vento de mim abusa
Seu assobio a cada segundo é mais estridente
Às vezes parece um pesadelo recorrente

Pela frente são pedras e buracos
Prontos para parar os mais fracos
Mas só eu sei quando meu trajeto irá acabar
Quando não tiver mais motivos pra sonhar

Já posso contemplar a solidão
O medo é a sua arma de destruição
Agora ela é minha única companhia
Pode ser que dela eu me desprenda algum dia

Sinto o cheiro repulsivo da derrota
Dos que caíram nessa mesma rota
Quem sabe não basta a força de vontade
Nem o fôlego e nem a coragem

Mas aqui estou debilitado, porém, em pé
Joguei-me desesperado nos braços da fé
Não posso afirmar se foi o que me salvou
O certo é que o meu corpo a tudo aguentou

Imundo, exausto e solitário
Agora provarei o contrário
Somos nossos próprios reis
Não somos “nós” e sim “vocês”

Somos únicos e originais
À parte de humanos não somos iguais
Não confundam semelhança com igualdade
Eu busquei e encontrei minha liberdade

São tantos os que desistem
Retornam ou se omitem
O prêmio é sermos quem quisermos
Sendo quem deveríamos ser somos eternos


Samuel Garcia
Piratini, 10/03/2014

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