Desculpa se não te falei
Da escuridão que me
encurrala
Nas manhãs abençoadas e
felizes
Tudo que eu desejei
negar
Assim que tua figura não
mais me fascinava
Senti ódio de mim...
Tu que sempre só pedias
Passou agora a ordenar
Eu que sempre te
respondias
Vou embora sem me
explicar
E o que deveria ser eterno
me abandona sem remorso
Nos abraços não recebo
aquele calor
Lábios antes doces agora são frios e amargos
Ah! As duras palavras
que ferem meu peito
“De ti, restará um homem
incapaz de recordar
Dos motivos que o
levaram a amar”
É tão estranho
Mas me sinto bem longe
de ti
Em algum lugar tua
lágrima
Escorre pelo rosto
lentamente
Pois em todos os finais
de um grande amor
Nenhum se equipara a
este
A chuva silencia aos
poucos
Até não restar gota
sequer
A alegria tem seu rumo
Mas insiste em seguir
por uma direção qualquer
A imensidão de um
formoso céu
Deu a vez à essa eterna noite
sem luar
Desculpa mas não falo
Nem mesmo bobos
vestígios banais
Os quais pensei confiar
a ti
Queria os achar mas nem os perdi...
Desculpa mas não dá
Sei que meu rosto
Em teus pensamentos
ainda vive
Diria que pra sempre
viverá
Mas se ao lembrar que
estive
A adorar-te tanto
Como te explicaria o
soluço do pranto?
E vivo sem amar, sem
querer
Procuro apagar, sem
sofrer
Intolerável crime de
amor
Sentenças que não paguei
Desculpas que não
falei
Samuel Garcia
Piratini, 03/08/2013
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