Querida Helena,
Entre
os mais belos devaneios jamais imaginei que pudesse existir uma euforia que
derramasse pelos cantos do coração, uma força avassaladora que o preenche e o
afoga de idealizações belas e pobres, como aquele passado que agora nos observa
nas nossas rotinas, nas nossas casas, nos nossos quartos, nos nossos sonhos. Um
passado que viaja livre sobre a distância, eternamente contra este amor.
Diga-me, Helena, o que fizemos para com nós, ela ser tão cruel?
Estou
feliz, pois o passado nos vigiou e é certo que está guardando todos nossos sonhos
para um dia reuni-los e fazer da memória, o momento.
Há muito não vivencio o amor, teu sinônimo... é como
se só tu fosse a autêntica mulher, a mulher em sua mais perfeita forma, a
mulher que interpreta a linguagem do coração que a ama dominado por desejo, a
mulher que estende o braço pedindo ajuda para encarar os problemas de um mundo
tão bandido, a serena mulher que a cada dia é amada mais e mais. Nas ruas, vejo
mulheres tão perdidas, tão vazias, tão humanas...
Ontem à
tardinha, peguei meu violão, que, assim como tu, jazia calado e distante dos
meus dedos. Trabalhei alguns acordes mas aquela prática de outrora me fugiu,
seguirei praticando pois agora acredito que posso suportar tocar as nossas
canções sem teu sorriso, sem teu olhar, sem tua voz... sabes como é, coisas que
me guiavam.
Todas
as noites sussurro teu nome antes de dormir, só pra não perder o costume...
Do sempre teu, Orlando.
Samuel Garcia
Piratini, 26/08/2013
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