Seja
cedo, seja tarde
Enquanto for duradoura
A
felicidade que tanto me arde
Ao
nascer da aurora vindoura
Procuro
sempre me orientar
Mas
estou encurralado
Por
raios incandescentes a cintilar
Colorindo
o céu antes estrelado
O tempo se rende aos corações bons
Cujos
feitos eternamente viverão
Prevalecem dentre os tons
De
vida e morte em distinção
E no testemunho da bela natureza
Perpasso
meu ser no teu rosto
Onde
vibro com tamanha beleza
Desse
sorriso meigo e disposto
Meu
destino é em direção ao sol
E esse vento vai castigar teus cabelos
Perfumes
impregnam teu negro lençol
Ah!
Quem me dera algum dia tê-los...
A iluminada aurora chegou
Porém, agora quero pegar na tua mão
Vem
comigo que ainda não acabou
Temos
uma jornada por este chão
Nada
vejo, minha visão se apagou
Não
sinto teus dedos, ah! Não pode ser!
Emboscada
que a vida preparou
Até
por completo te esquecer
Passado
e futuro
Inexistentes
em mim
A brisa e o suor em meio ao escuro
É uma tempestade sem fim
Sou
apenas um homem que ainda vive
Que
desconhece se resiste ou já resistiu
Lembro
vagamente que estive
Tentando
encontrar alguém nesse vazio
Samuel
Garcia
Piratini,
15/03/2015
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