Conheci uma menina de unhas borradas.
Ela entrava na sala correndo, todo dia atrasada.
Os cabelos vermelhos
Os olhos desbotados.
Ela sorria e me dizia: Tu podes me ajudar?
E eu ajudei sempre que pude.
Fazia seus desenhos, suas escritas, suas construções;
Seus dialetos, suas cicatrizes e suas pontes.
E foi de uma delas que a menina pulou...
E quando ela me disse que já se ia
Eu lhe implorei que se deixasse estar
Um minuto a mais que fosse,
Pois eu já não lembrava como era a vida
Sem os atrasos dela.
Mas ela foi
E a terra há de surrupiar seus olhos sem cor
O vermelho dos seus cabelos
Porém ela permanecerá em todo o lugar
Todo lugar.
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