As memórias que restaram
Caem de légua em légua
E onde as lágrimas ficaram?
Em um sofrimento sem trégua?
Naquela face quis ressurgir
Um segredo proibido
E quando parecia fluir
Foi misteriosamente banido
As lágrimas correram
E a verdade não se fez
Os lábios antes rosados
Agora perecem em palidez
Culpa desse insano pecado
Permitiu que as saudades fossem arrastadas
Sobre as entranhas do mais sombrio destino
Matando então lembranças marcadas
Fome insaciável
Ferida incurável
Prestes a cair nesse abismo de ilusões
Onde serei consumido por condenações
Quero gritar mas não tenho voz
Quero escapar do destino feroz
Olhando para o alto os céus me empurram
Olhando para baixo as profundezas me sugam
Apesar de tudo, algo ainda viverá
Só não chores. Oh! Amada minha
Sei que em direção ao vazio tu caminhas
Perguntando se tudo isso acabará
Sim, eu morro, mas há tanto que fica
Se somente eu pudesse te explicar
Que em cada toque, em cada olhar
É o meu amor que em ti habita
Isso tudo tu vais descobrir?
Agora não há como te falar
A voz já não pode revelar
Só te resta sentir...
Samuel Garcia
Piratini, 16/03/2013
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