Flor, que eu bem
te queria
Cante pra mim as
canções
Que por vezes
esquecia
Nas entranhas
dos teus botões
Melodias tão
penosas
Nos protegem sigilosas
No frio
alvorecer
De quem não quer
sofrer
Muito preciso
delas
Então, rainha flor, cante
Trago fósforos e
velas
Caso o escuro se
implante
Mas não há nesta
alameda
As cantigas que
beijam o ar
Peço que por
mim interceda
E cante-as para
que possas me salvar
A insanidade e a
melancolia vêm armadas
De risos e
prantos eternos
Pelas vidas por
mim arrancadas
Nas frias noites de inverno
Fui teu corpo e
o teu ser
Enquanto tu
engolias amargo desprezo
Agora não me
faça perder
O orgulho que
tanto prezo
Flor, sabes que
eu bem te quis
Tu agora me
deixas abandonado
Para sucumbir
deste modo tão infeliz
Perdendo o que
eu tinha de mais resguardado
Já prendo-me a orações, porém, é em vão
Como se as
graças dos céus aceitassem me resgatar
Desses pecados
isentos de redenção
Que cometi sem
ao menos questionar
Amaldiçoadas
sejam tuas pétalas de sangue
Ficarão marcadas
nas promessas de retribuição
Dos olhos
atentos que a tudo vêem
E das almas que
na morte não encontram uma razão
Te escondes
nesta flor
Demônio, tu
jamais vencerás
Exclamo agora
com fervor
Que contra Deus tu perderás
Pagarei pelo que
fiz em teu nome
Mas pelo menos
vou me sentir aliviado
Pois foi-me dito
que haverá um fim à tua fome
Por sangue,
morte e pecado
Samuel Garcia
Piratini, 20/06/2014
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