sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A Nossa Missão é Amar.

Estamos aqui para amar
Desvendar, prometer e sentir
Podemos mais do que idealizar
Olhar para o amor e o permitir

Somente amando conseguimos
Fortalecer os pilares que nos sustentam
E se porventura algo sentimos
Sejamos guerreiros como soldados
Que a tudo enfrentam

Se pensamos que um dia
Sofremos por amor
Não nos deixemos enganar
O amor mesmo que assim o desejasse
Não sabe nos machucar

O amor quando não correspondido
Possui uma absurda fragilidade
Não como o amor entre dois vivido
É apenas uma sombra de amargura e saudade

O sofrimento de fato é verdadeiro
Mas apesar de toda lágrima, toda dor
Percebemos que o derradeiro
Nada mais é que uma lástima sem valor

Saber o que vale a pena
Pensar duas vezes ou mais se for preciso
Jamais subestimem
A importância de uma lágrima
Levem com vocês as palavras que aqui friso

E se pensas que o amor
Está longe do teu alcance
Jamais se desespere
Todos tem a sua hora, a sua chance
Se estás com ele nada te fere


Samuel Garcia
Piratini, 21/02/2014

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O que o vento traz... (Parte 7)

Querida Helena,

                Te digo que está certa... Sei daquelas palavras que uma vez pronunciei, porém a separação nos desperta para novos pensamentos, novas opiniões, novas realidades e novos sentimentos. Nossa alma já perdeu há muito tempo os últimos rastros que tínhamos da união que uma vez concordamos em caracterizá-la como “inseparável” na mais perfeita e bela seriedade.
                Teve dias em que eu sorria ao lembrar do que a vida poderia nos reservar. Éramos tão jovens, tão iguais... enfim, essa lágrima que derramo neste exato momento me traz tantas coisas: dor, incerteza, saudade e ódio. Ódio? Sim, ódio pelo quão tolo e inocente fui, ao crer que um amor como esse fosse mais resistente do que qualquer barreira. Poderia jurar que seria uma história de final feliz: sem choros, sem abandono, sem traições, somente nós dois.
                Agora entendo todas as vezes em que tu ficavas a te perguntar sobre o futuro como se estivesse pressentindo ou temendo algo terrível, enquanto eu tremia só em ouvir teus questionamentos. Mas não te culpo, minh’amada. Foste mais realista que eu, agora sei que realismo e pessimismo são tão distintos quanto ouro e prata. Se pensasse como tu, provavelmente não sofreria tanto quanto sofro, mas já está tarde, tarde pra mim...
                Numa noite recente, sentado no banco da praça, observava um casal e seu bebê. A palavra “família” me faz muito mal. Sofri em silêncio...
                Esqueça as pétalas, suas vozes não são maiores que a minha... Te amo pra sempre...
                De quem vive por ti, Orlando.


Samuel Garcia
Piratini, 16/02/2014

sábado, 8 de fevereiro de 2014

O que o vento traz... (Parte 6)

Amado Orlando,
  Tarde demais.
 Sobrepus ideias e valores. Cavei fundo na alma para encontrar-me. Encontrar a ti.
 Quantos prós e contras nos afastam? Quantas amarguras continuam preservadas? Quanto tempo a chuva ainda irá tentar apagar as pegadas que deixamos no caminho até aqui?
 Criei coragem e levantei os olhos pra ver as gotas cristalinas. Voltei à infância e surrupiei um ‘bem-me-quer’ para saber se tu ainda me querias. Fiz isso pelo resto da semana e, só agora, que foi mais “mal” do que “bem”. Logo hoje...  
 Quando éramos jovens escutávamos uma música que falava sobre como a chuva representa o estado do nosso corpo; estávamos certos em achar alguma veracidade no que o cantor nos contava. Não sou um corpo. Talvez nem metade de um. O ar que respiro é irrelevante, pois dentro de mim não há o que se complete.
 Na última vez que te olhei nos olhos não via nada que pudesse me fazer mudar. Tu sempre achaste a mudança desnecessária, como se continuássemos no molde ao qual nascemos. Que glória existe em continuarmos os mesmos?

                       De quem guarda as palavras bonitas só para ti, Helena.



Maikele Farias
Porto Alegre, 2014


sábado, 1 de fevereiro de 2014

“A razão pela qual tanta poesia ruim é escrita é que ela é escrita através de conceitos poéticos. E a razão pela qual o público não entende a poesia é que não há nada para se entender, e a razão pela qual a maioria dos poetas escrevem é que eles pensam que entendem. Não há nada para ser compreendido ou recuperado. É, apenas, simplesmente ser escrito. Por alguém. Em algum tempo. E não com muita frequência.”


(Charles Bukowski)