Amores serenos
Valentes e pequenos
Aquecidos pelo fogo
Apagados pelo nada
De onde vem o fogo que aquece?
Vem do que nunca se esqueceu
Da tempestade violenta que pragueja
Do ódio que um dia pereceu
De onde vem o nada que apaga?
Tem origem encoberta
Já escapou de sacrifícios
Dominou a façanha da descoberta
Amores serenos
Remédios e venenos
Doados pela mão que cuida
Jogados pela ousadia ousada
Dos mantos de glória viestes
Verteja águas sagradas por entre terras malditas
Traz alívio nas súplicas de compaixão
Expõe a mentira para as verdades aflitas
Olhos banhados de sedução
Criam cada fragmento do pesadelo
Guiam sempre pelos cruéis vendavais
Nas ondas selvagens é selado o elo
Amores serenos
O que evitamos e o que queremos
Entre os extremos da força protetora
Cerca o despertar irrompendo a ilusão
Poder é tal qual divindade
Rasga toda sabedoria existente
Quando os céus o desejar
Tremerá perante à chuva ardente
Errantes do amor
Beijam lábios prometidos
Nuvens de pensamentos os revelaram
Nem sempre a eternidade é aliada ao sonho vivido
Amores serenos
Todos iguais
Loiros, morenos
Doces animais
Remoendo os aconchegos distantes
Esperam em euforia com o preparo do leito
Temporário ou eterno, não se sabe
Talvez assim se faça o que jamais pode ser feito
Na união da sinceridade extraída
Se vai tudo que sobrou
Gemendo nas agonias infindas
Pelo amor que nalgum vivente pousou
Amores serenos
Tão almejados
Tudo podemos
Se forem provados
Fenômenos de estranha força
Ou acordados ou adormecidos
Uns vivos outros mortos
Ninguém percebe quando por eles é invadido
Amores serenos
Estão em todos também a mim
Cientes disto te vivemos
Para que desconheças todo fim
Samuel Garcia
Piratini, 18/06/2013
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