“Esmeralda, safira ou rubi
Brincos, colares e pulseiras
Veste o que o ego exigir
Enquanto a noite a veste por inteira”
Seu vício não cala
Suave é sua fala
É discreta mas cobiça
Sua tensão é sua justiça
Disparam as armas de mulher
Em um coração juvenil
Refém de um bem me quer
Do seu mais novo desafio
Esse prazeroso brinquedo
Tão ao acaso descoberto
Rivaliza paixão e medo
E o seu corpo é um céu semiaberto
Seu caminhar, banhado em elegância
Os quadris equilibram instinto e prudência
Leves doses de arrogância
Adoçam os portais para sua essência
Entre os dedos uma fuga
O embaço esclarece sua mente
Idolatra, detesta e julga
Sua vaidade persistente
Escorrem pelo rosto na pele macia
Gotas escuras estranhas
Oriundas de uma companhia
Testemunha de suas façanhas
Em negros tecidos sua melhor versão
A seda desliza na pele envolvente
Irrompem conflitos brutais com a tentação
Onde nenhuma vitória é iminente
Seus cabelos esvoaçam com o sopro da excitação
Convidam lábios a desbravar
Clareiras de agonia e satisfação
Além das ondas que refletem o luar
A noite egoísta a leva consigo
Abranda um poder impreciso
O sol da manhã é um castigo
E o entardecer lhe traz um sorriso
“Talento e feminilidade
Jamais foram tão iguais...”
Samuel Garcia
Piratini, 21/10/2017
sábado, 21 de outubro de 2017
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Nunca Tão Distante.
"A viagem mais desorientadora é aquela dentro de nós mesmos."
Quão distantes podem estar
Alegrias, tristezas e fúrias?
E em qual porção da consciência é possível escutar
Suspiros, verdades e injúrias?
Memória sorrateira
Do nada me força a viajar
Finas camadas de poeira
Estão na distância a repousar
O tempo é curioso, pois cura, fere
E me afasta de mim
Mas também estranhamente sugere
Que não é bem assim
Levou partes do que eu era
Despertou tendências adormecidas
Processo este que quisera
Desde as primeiras lágrimas perdidas
Moldado, flexível
Sou como argila
Sofrendo toda metamorfose possível
Enquanto os anos fazem fila
Números que só vão
Léguas que só ficam
Fragmentos de recordação
Enraízam e solidificam
Das virtudes a paciência
Sempre foi uma fiel amante
Não seria mera coincidência
Que nunca é tão distante?
Encontro atalhos e os atravesso
Em todo rio há uma ponte
Querendo ou não eu impeço
Um deserto sem horizonte
Samuel Garcia
Piratini, 12/10/2017
Quão distantes podem estar
Alegrias, tristezas e fúrias?
E em qual porção da consciência é possível escutar
Suspiros, verdades e injúrias?
Memória sorrateira
Do nada me força a viajar
Finas camadas de poeira
Estão na distância a repousar
O tempo é curioso, pois cura, fere
E me afasta de mim
Mas também estranhamente sugere
Que não é bem assim
Levou partes do que eu era
Despertou tendências adormecidas
Processo este que quisera
Desde as primeiras lágrimas perdidas
Moldado, flexível
Sou como argila
Sofrendo toda metamorfose possível
Enquanto os anos fazem fila
Números que só vão
Léguas que só ficam
Fragmentos de recordação
Enraízam e solidificam
Das virtudes a paciência
Sempre foi uma fiel amante
Não seria mera coincidência
Que nunca é tão distante?
Encontro atalhos e os atravesso
Em todo rio há uma ponte
Querendo ou não eu impeço
Um deserto sem horizonte
Samuel Garcia
Piratini, 12/10/2017
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