Sei que
fui insensato
Meus
lábios sempre fechados
Não
trouxeram o ato
Dos
amores afortunados
Sei que
fui indiferente
Esqueci
que havia pressa
Eu,
estável e descrente
E o
tempo, tão adiante e depressa
Não
trago marcas e cicatrizes
Sobre as
coisas da alma eu desconheço
Pouco sei
das suas feridas, suas crises
Mas
quaisquer consequências eu sei que mereço
Foram tolices
e bobagens
Nomes
que soam mesquinhez
Mas
podem ser impiedosas e selvagens
Destruindo a reputação que o coração fez
Proteger
a alma dos males ao redor
Os
discursos e ações em nada ajudam
A
proteção cada vez menor
Reza
pelas decisões que não mudam
Sei que muito
fraquejei
Os
erros hoje, já são mais que eu
Pois
tudo o que precisei
Aos
sentidos dissolveu
Os dias
são os mesmos de antes
O sol e
a lua passam sobre mim
Mas tudo
é sempre igual
Uma penumbra
que parece não ter fim
Só vivo
para descobrir se há volta
Sinto
esse profundo vazio
Que não
é preenchido e não me solta
Aceito o
castigo mas também o desafio
Se
houver uma chance por menor que seja
De inverter
a situação do corpo e da mente
Buscaria o que minh’alma doída almeja
Uma jornada para reverter esse martírio tão presente
Desfechos,
conclusões e finais
Palpites
sobre o que veio depois
Não vem
tão naturais
Quanto
ao que foi partido em dois
Samuel Garcia
Piratini, 07/05/2014