E quanto tempo já faz
Que o presente se foi e não se despediu
Hoje, outro presente e as mesmas razões
Que meu coração não ouviu
Sei daquelas falhas
Mas quem as cometeu?
Apesar de tantas batalhas
Não foi você, muito menos eu
E eu, o tempo todo
Humilde e sedento de amor
Ao querer nossa vida ao meu modo
Me deixei levar pelo sonho tentador
Eu vi o tudo e o nada acontecer
Enquanto treinava as promessas certas
Mesmo antes de jurá-las já se puseram a morrer
E nem sequer suas sobras foram descobertas
Fomos imprudentes e egoístas
Nossos erros excederam a nós mesmos
Em um choque de emoções mistas
Não houve a ligação, a sintonia
Tivemos o instante
Mas nem tudo é para ser
Às vezes o que nos parece importante
Só sabe nos enfraquecer
Meus enganos me consumiram
Quando vi o teu real
Venerações se extinguiram
Ao perceber que tu eras tão normal
Enganado sobre ti
Ou certo sobre aquela outra
Eu sempre senti
Que agora tu és outro alguém
Então me diz
O que fez dela?
Aquela menina feliz
Que tratei como donzela
Se por acaso a levou
Pr’outros campos, outros mares
Diga que o poeta a procurou
Por todos os lugares
A doce menina que me fascinava
Partiu de meus braços após um beijo
E me calei quando percebi que não realizava
Aquele meu mais sincero e intenso desejo
Nada do que te compunha ficou
A aura daquela menina há muito se apagou
Mas ela vai brilhar mais uma vez
Num outro corpo por aí...
E mesmo assim eu sei
Que não te amei
Eu conheço o amor
Mas nunca o senti...
Samuel Garcia
Piratini, 10/04/2014