sábado, 29 de dezembro de 2012

Chora o Poeta.

Ah! Saudade dos campos de fora
A gota do orvalho pela manhã
A firme e reluzente aurora
O gosto da mais vermelha maçã

Ah! Saudade da noite
A lua com as estrelas a brincar
A brisa e o seu açoite
Em minha alma a tocar

Ah! Saudade das flores
Pétalas que cantam suavemente
Lembranças de mil amores
Invadem o coração docemente

Ah! Saudade das nuvens
Rainhas, donas do céu
Nas suas infinitas formas
Escondem o sol com seu véu

Ah! Saudade da bela moça
Que há tempos não vejo
Princesa delicada, preciosa louça
Meus lábios exigem o teu beijo

Ah! Saudade que maltrata
Até quando irei sofrer?
Por um instante enlouqueço
Torna inútil meu viver
És uma tortura cruel
As memórias me consomem
Assim chora o poeta
Como qualquer outro homem

Ah! Saudade que me atormenta
Vai chegar o dia sim
E de ti me desprenderei
Trilhando um caminho de jasmins
Ah! Saudade
Como aliviar essa dor?
No meu peito jaz uma brasa
Por que tão insano e ardente este calor?

Ah! Os belos campos de fora
Juro por Deus que vou voltar
Não partirei nunca mais
E com essa saudade vou acabar


Samuel Garcia
Piratini, 29/12/2012

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Revolução do Amor.

Vamos lá, ponha o seu melhor sorriso
Deixe de lado o juízo
Abrace a confiança e beije a sinceridade
Nada que é por amor puro fica pela metade

Vá em frente e espalhe a todos que puder
O mundo precisa saber o que o nosso coração quer
Liberdade para amar, confiar e sonhar
E até as mais belas poesias irão se concretizar

Hora de liberar o potencial que possuímos
Em nossa alma jaz uma porta que não abrimos
É a energia que todos nós precisamos
Essência que nos torna verdadeiros humanos

O desafio já foi lançado
Podemos fazer muito mais do que o esperado
A causa é justa
Ver a terra vasta de amor sem saber quanto custa

Não tenha vergonha! Em breve ela deixará de existir
O mundo não deve ter medo do que está por vir
A revolução do amor chegará nos quatro cantos
Será a verdade e a justiça não apenas em mim mas em tantos

Joguem fora suas armas
Rasguem as suas fardas
A partir de agora será somente uma nação
Cuja única tarefa é purificar por completo o coração

Vamos lá, não temos tempo a perder
Não é impossível fazer acontecer
Amanhã quando o sol se abrir
A nova realidade vai surgir

Eu sei que vai...


Samuel Garcia
Piratini, 26/12/2012

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Soneto pra Morena.

Ah! Morena, tão formosa morena
Fazes dos meus sonhos a tua morada
Em qualquer lugar roubas a cena
Olha o sol se pondo e suspira apaixonada

Minha morena, sei que te atormenta a saudade
Quando a noite cai não contém as lágrimas
Na manhã seguinte ouve o vento trazendo a novidade
O nosso destino é a nossa união, cedo ou tarde

Morena, o tempo é cruel
Lembra? Deitados olhando pro céu
Foi quando se consagrou esse amor tão fiel

Morena, prometo por tudo que é mais sagrado
Em uma manhã dessas irei pra ficar do teu lado
Morena, só te amando me sinto realizado


Samuel Garcia
Barrocão, 3º Distrito de Piratini, 22/12/2012

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Os Dois Lados da Moeda.

Os dois lados da moeda
O sol e a chuva 
Juntos formam o lindo arco-íris
E lá no horizonte faz sua curva

Os dois lados da moeda
A força e a fraqueza
Acredite, tente, lute pelos seus sonhos
E verás que a esperança te concede destreza

Os dois lados da moeda
A fortuna e a miséria
Não basta o poder para ser feliz
Amor pelo próximo é coisa séria

Os dois lados da moeda
A realidade e a imaginação
Universos paralelos
Cada qual tem sua razão

Os dois lados da moeda
O querer e o esquecer
No entanto, imprevisíveis
Cada qual pode se romper

Os dois lados da moeda
A luz e a escuridão
Disputando o domínio do mundo
Penumbra que já está atrapalhando nossa visão

Os dois lados da moeda
A vida e a morte
Destino único para todos 
Não existe fuga por sorte

Os dois lados da moeda
Cara e coroa
Depois das comparações anteriores
Vejam que estranho agora ressoa


Samuel Garcia
Piratini, 20/12/2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Angústia.

São sete horas da manhã
Na minha poltrona sentei
Pesando sob minhas costas o afã
Queria desatar os nós que há tempos amarrei

Passei por grandes barreiras
Perdi alguém imperdível
O que pra mim era limpo só restou poeira
Foi então que acabei por abraçar o inadmissível

Desviei da trilha do amor
Com o mundo me tornei amargurado
Mas graças a Deus nosso Senhor
Ele me trouxe para o outro lado

Meus erros ainda me perturbam
Minha consciência fala regularmente
Várias vozes me sussurram
Que eu poderia ter feito tudo diferente

Mas de nada adianta!
O tempo é rei e não volta atrás
Sinto agonizando meu mantra
Me julgando por eu não ter sido capaz
Quem amou e eu não notei?
Quem sorriu e eu não percebi?
Quem chorou e eu não me importei?
Quem partiu e eu não vi?

Me persegue o pensamento
Eu poderia fazer muito mais 
Trago a dor do merecimento
Um velho navio que nunca zarpou do cais


Samuel Garcia
Piratini, 14/12/2012

sábado, 8 de dezembro de 2012

Novamente.

O seu lindo sorriso
Uma única flor no paraíso
Tão puro, sincero e diferente
Talvez o veja novamente...

A sua linda voz
Eu sou meu próprio algoz
É a mais bela canção existente
Talvez a ouça novamente...

Os seus lindos lábios
Quebra-cabeça para os mais sábios
É onde me perco intensamente
Talvez os prove novamente...

Os seus lindos olhos
Eu sou a água mas não molho
Não há estrela mais reluzente
Talvez os contemple novamente...

Ah! Mulher!
Seu suspiro é dádiva
Sua presença seca lágrima
Roda seu vestido e se põe a sorrir
Sempre pronta para o que der e vier 

Tem em si tanto poder

Labirinto impossível de se perder
Você é o amor latente
Talvez te tenha novamente...


Samuel Garcia
Piratini, 08/12/2012